A falta de mobilização dos médicos no Congresso Nacional e a criação da Frente Parlamentar da Medicina foram os temas abordados pelo deputado Mandetta (DEM/MS) no I Fórum Nacional Pró-SUS, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), hoje, em Brasília. O evento tem como proposta debater a situação atual do Sistema Único de Saúde (SUS) e definir estratégias de defesa desse modelo de assistência pública.
O parlamentar lembrou que a falta de mobilização não ocorre por falta de representação classista, já que a Associação Médica tem sede em Brasília, assim como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Sindicato dos Médicos. “Essa nossa representação é desconectada politicamente com a base da Medicina. Nós ficamos presos às questões classistas internas. Mas, quando vamos para o mundo da política, nós nos eximimos”, reconhece.
O parlamentar fez um retrato da abordagem política da Medicina no Congresso Nacional onde tramitam matérias que colocam em risco a vida da população ao delegarem a profissionais não médicos procedimentos que exigem o conhecimento da medicina para serem executados com segurança. Ou que permitem que médicos estrangeiros atuem no país sem fazerem o exame Revalida. “Existem hoje no Congresso Nacional centenas de projetos de lei atacando por todos os lados o exercício da Medicina e todas as possibilidades”, alerta.
Ele explica que a ideia de se criar a Frente Parlamentar da Medicina é nacional e apartidária. Há mais de um mês, Mandetta liderou uma reunião de formação da frente com quase 160 organizações médicas no Câmara Federal. “Nós iniciamos um processo de configurar um instituto político, de ciência política, que será a confluência de todas as nossas entidades, todas sociedades de especialidades”, esclarece.
Amanhã, será realizada mais uma reunião para fechar o texto da criação do instituto o qual deverá ser aprovado pelas entidades. “Se tivermos musculatura, vamos tentar lançar essa Frente Parlamentar no mês de outubro, que é o mês dos médicos”, adianta.
Mandetta encerrou elogiando a iniciativa do evento promovido pelo CFM que envolve profissionais de todo país. “Esse evento é riquíssimo de propostas, de saberes, de encaminhamentos. Se nós não dermos voz a isso aqui a gente termina esse evento entre nós. E aqui nós temos cabeças privilegiadíssimas que precisam influenciar o debate na Câmara e no Senado”, destacou.
Assessoria de Imprensa
03/10/2016 - Segunda